Irregularidades em licitações
em Novo Repartimento
O Ministério Público do Estado do Pará (MPPA)
denunciou cinco pessoas acusadas de fraudes em licitações na prefeitura de Novo
Repartimento, município localizado na região sudeste do Pará. A denúncia do
MPPA inclui dois advogados, o então presidente da comissão de licitação da
prefeitura de Novo Repartimento, um empresário da Biogen-Distribuidora de
medicamentos Ltda, e o representante comercial da Cleusmair Inocêncio Mendes.
Todos eles, segundo o promotor de Justiça Francisco Charles Pacheco Teixeira
(titular de Breu Branco), formaram uma associação criminosa. Dentre os crimes
praticados pelos acusados estão: associação criminosa, corrupção ativa e
passiva e tráfico de influência. Todos os denunciados são ou já foram
servidores do Poder Executivo local desde o ano de 2011.
As denúncias de irregularidades foram formalizadas
pelas empresas que perderam licitações e apresentaram provas das práticas
criminosas ao Ministério Público do Estado.
Na última segunda-feira, 04, após a instauração de
inquérito policial por parte da Polícia Civil a pedido do MP, documentos foram
apreendidos numa Operação de Busca e Apreensão realizada no prédio da
prefeitura, onde foram encontrados os indícios de fraudes.
Já foi solicitado, também, pelo promotor, ao juiz
da comarca de Novo Repartimento, que decrete a quebra do sigilo fiscal e
bancário dos acusados, nos últimos 5 anos, para que a Receita Federal informe
nos autos as declarações detalhada de Imposto de Renda dos acusados. Assim como
nas medidas cautelares de interceptação de dados e conversas telefônicas
autorizadas pelo Poder Judiciário. Neste caso, foi instaurado, para cada um,
inquérito policial próprio, ainda em fase de conclusão pela Polícia Judiciária.
Junto ao ajuizamento da Ação Penal, a promotoria
pediu a prisão preventiva das cinco pessoas denunciadas, com o objetivo
preventivo de evitar o tráfico de influência e a ocultação de provas durante o
decorrer do processo.
"Pela forma escancarada como se deram as
condutas dos acusados, somente se pode crer mesmo que assim agiram pelo fato de
confiarem muito na impunidade, ou seja, acreditarem mesmo que tais fatos jamais
seriam investigados por qualquer pessoa, pois que não há outra justificativa
para a prática de tais atos ilegais por demais deliberados – durante muito
tempo - levados a efeito pelos acusados"; disse o promotor de Justiça
Francisco Teixeira.
Irregularidades
encontradas
Segundo o MP, a empresa Biogen incluiu diversos medicamentos não pedidos pelo Secretário, além de produtos que não constam na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) contrariando, assim, diretrizes do Ministério da Saúde.
Segundo o MP, a empresa Biogen incluiu diversos medicamentos não pedidos pelo Secretário, além de produtos que não constam na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename) contrariando, assim, diretrizes do Ministério da Saúde.
Dentre as irregularidades identificadas, estão à
compra ilegal de mobília escolar e aluguel de máquinas e veículos. Outra pessoa
incluída na denúncia é o dono da empresa Urbana, locadora de máquinas e
veículos e vencedora de uma das licitações.
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