Aumento de casos da
doença de chagas em Belém
Já foram confirmados 82 casos da doença no Pará, com a somatória de 9 mortes. Em Belém os 39 casos de Mal de Chagas já são mais que o dobro das ocorrências do ano passado - 14. Mais da metade deles (22) foram notificados nos últimos 20 dias, com duas mortes confirmadas, de acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), nesta quinta-feira, 20, através de uma coletiva de imprensa. Em Belém, a Sesma diz que há um surto da doença e responsabiliza os pontos clandestinos de venda de açaí, . O Departamento de Vigilância Sanitária de Belém (Devisa) fechará hoje cinco vendas de açaí ilegais no Telégrafo, que lidera em número de casos confirmados, com 9 registros. A Terra Firme tem 8 casos e em seguida estão a Pedreira e o Umarizal, com quatro notificações. A Sesma disponibilizou o telefone 3246-8915, em horário comercial, para denúncias relacionadas à venda ilegal de açaí.
De acordo com a diretora do Devisa, Patrícia Pina de Araújo, além da interdição dos pontos irregulares, mais 66 comércios serão inspecionados em Belém, Icoaraci e Mosqueiro. "Vamos verificar de onde este fruto está vindo. No Telégrafo, é provável que estejam recebendo do mesmo comprador. Nenhum deles está regularizado. Os outros 60 estão com o pedido de legalização no Devisa. Vamos observar se a manipulação e o armazenamento são feitos em condições adequadas", destacou.
Diretora da Vigilância em Saúde da Sesma, Karlene Castro de Almeida explica que as amostras de açaí verificadas em laboratório revelam apenas o nível de coliformes fecais e bactérias, mas não a presença do Trypanosoma cruzi, causador da doença.
"Fizemos levantamento sobre o caso e as investigações garantem que a transmissão pode ter sido pela ingestão do açaí, uma vez que o barbeiro (inseto hospedeiro do protozoário) não foi encontrado em nenhuma das áreas onde houve a ocorrência. No Telégrafo, um dos pacientes consumia o produto apenas de um ponto e ele acredita que contraiu a moléstia porque o alimento estava contaminado", explica. "Mas o laboratório vai mostrar apenas se este açaí sob suspeita está apropriado para o consumo", afirmou Karlene.