Superintendente é denunciado
por associação
A Associação dos Servidores da Reforma Agrária (Assera) denunciou, esta semana, que o atual superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de Marabá, Edson Luis Bonetti, que já foi assentado no Projeto de Assentamento (PA) Cabanos, situado no município de Eldorado do Carajás, já foi excluído do Programa Nacional de Reforma Agrária por transferência de domínio sem a anuência do Incra, ou seja, porque vendeu seu lote. Por esse motivo, a associação acha que o superintendente não teria "reserva moral" para representar a autarquia, uma vez que já teria praticado uma conduta vedada pelo órgão. Em contato com a reportagem na sexta-feira, 23, Bonetti disse que foi assentado no PA Cabanos até 6 de janeiro de 2009, constando a partir desta data, no espelho do Sistema de Informações de Projetos de Reforma Agrária (Sipra), como desistente.
O superintendente informou que em setembro de 2004, depois de ter sido aprovado pela Universidade Federal do Pará (UFPA) para uma vaga no Curso de Agronomia, passou a frequentar a universidade em Marabá. "Por conta disso, tornou-se impossível executar as atividades agropecuárias no lote a mim destinado, fato que ocasionou a minha desistência do lote, que foi devidamente entregue à diretoria da associação, sem qualquer remuneração, para que eles o repassassem a outra família sem terra", disse Bonetti, que frisou estarem os documentos comprobatórios da desistência nos arquivos da Associação que representa o assentamento.
Edson Bonetti contou que na época em que ocorreram os fatos, por desconhecimento da legislação agrária, não fez um comunicado oficial ao Incra sobre sua desistência, por isso, ficou impossibilitado de conseguir um novo lote após a conclusão do curso de agronomia, para desenvolver novamente atividades agropecuárias. "No ano passado, por definição política, fui convidado a assumir o cargo de Ouvidor Agrário Regional e este ano, vim a assumir o cargo de superintendente regional", disse Bonettil. De acordo com ele, a denúncia da Assera não tem fundamento, pois ele nunca vendeu seu lote.
O engenheiro agrônomo Edson Luiz Bonetti é filho de assentados do Incra no Estado de Santa Catarina, mas já está na região sudeste paraense há 12 anos, onde trabalhava com assistência técnica nos assentamentos da reforma agrária. Recentemente, a superintendência do Incra de Marabá iniciou um trabalho de levantamento ocupacional em 20 mil lotes para fins de retomada. "Temos 10 equipes de técnicos em campo e no final faremos as notificações de irregularidades e ajuizamento de ações de não clientes", finalizou Bonetti.
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